Sentimentos.
Sensações. Devaneios. Epifanias. Pensamentos. Opiniões.
Somos
feitos de palavras, definidos por elas, moldados por elas, conduzidos por elas.
Mas,
elas são capazes de nos confundir e em alguns momentos ou a vida inteira,
dependendo da pessoa, não conseguimos fazer um bom uso delas. Não conseguimos
nos fazer entender, nem compreender seus significados ou o que representam para
nós.
Admiro
quem consegue traduzir sua própria essência através das palavras e poucas
pessoas conseguem fazer isso com tanta maestria quanto os músicos da banda
Engenheiros do Hawaii, em especial o compositor/cantor Humberto Gessinger.
Quem
nunca se sentiu deslocado, não consegue entender o poder dessa letra que fala
sobre ser quem você é, mesmo que o mundo o veja como um visionário iludido com “amor às causas perdidas”.
“Muito prazer, meu nome
é otário
Vindo de outros tempos,
mas sempre no horário
Peixe fora d'água,
borboletas no aquário”
Dom
Quixote, Dançando no Campo Minado, 2003
Mas,
também é possível manter-se autêntico e sóbrio como indivíduo mesmo que suas
ilusões sejam desfeitas:
“Um dia me disseram
Que as nuvens não eram
de algodão
Um dia me disseram
Que os ventos às vezes
erram a direção”
Somos
quem podemos ser, Alívio Imediato, 1998
Assim como é perfeitamente natural sentir-se à vontade por ser totalmente diferente da maioria das pessoas que conhecemos e buscar construir-se através dessas diferenças:
“Mas nós vibramos em
outra frequência
Sabemos que não é bem
assim
Se fosse fácil achar o
caminho das pedras
Tantas pedras no
caminho não seria ruim”
Outras
frequências, Acústico MTV, 2005
Mesmo
que o processo de amadurecimento não seja tão simples como pode parecer no
início de nossa vida adulta:
“Mas, hey, mãe!
Por mais que a gente
cresça
Há sempre alguma coisa
que a gente não consegue entender”
Terra
de Gigantes, A Revolta dos Dândis, 1998
Mas, ainda que as dificuldades sejam muitas e pareçam intransponíveis às vezes, nós não desistimos diante de nenhum desafio:
“Voando sem
instrumentos
Ao sabor do vento
Se depender de mim
Eu vou até o fim
Eu não vim até aqui
Pra desistir agora”
Até
o fim, Dançando no Campo Minado, 2003
Não
desistimos... Não desistimos, porque somos feitos delas, as palavras. Que nos
definem, moldam e conduzem.
*Imagens retiradas da internet.
*Imagens retiradas da internet.
"Somos quem podemos ser / Sonhos que podemos ter" é pra mim uma das estrofes mais marcantes do pop rock 80 <3 E já que é pra sonhar, espero mesmo que um dia possamos ir a um pocket show do Humberto para desmaiar e cantar todos esses clássicos! :D <3
ResponderExcluirE que venham mais posts nostálgicos e musicais aqui no blog!! :))
Bjssss,
Reb
http://blogpapelpapel.blogspot.com
São tantas referências dessa banda, que um post só é injusto, provavelmente vai ter muito de Engenheiros por aqui hahahaha
ExcluirE que o dia em que poderemos nos esbaldar ao som de um refrão de bolero não tarde <3
Bjo, bjo.
“Voando sem instrumentos
ResponderExcluirAo sabor do vento
Se depender de mim
Eu vou até o fim
Eu não vim até aqui
Pra desistir agora” , este trecho eu repito muito pra mim quando estou prestes a desistir de um sonho que eu venho lutando há algum tempo. Que texto lindo Rê! Quase chorei aqui. Bjs
Umparadoxoliterario.blogspot.com
Engenheiros é vida Anne <3
ExcluirBjo, bjo